Camille Claudel

Uma Mulher

2010-01-01

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Camille - Uma Mulher
ou
A Paixão segundo Camille
pelo TAN - Teatro a Norte/Ruben Marks
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Sobre a ideia da montagem de um espectáculo


“Só a arte e a poesia contam na vida. Todas as convenções da
família, da sociedade e da religião não são mais que enganos”
(Camille Claudel, aos 18 anos)



Há muitos anos atrás, por volta de 1975, ao ler um livro de Paul Claudel, “L'oeil écoute ”, onde se encontra um texto sobre uma sua irmã escultora, tomei pela primeira vez conhecimento da vida e obra de Camille Claudel. A impressão primeira, foi de tal modo forte e marcante, que não tardei em iniciar uma pesquisa e recolha de dados sobre ela, adquirindo livros, escritos, catálogos, fotografias, etc., que a retratassem, na vida e na arte.

Desde aí, alimentei sempre a esperança de poder um dia montar um espectáculo cénico sobre essa vida dramática de Camille Claudel, lutadora incansável pela afirmação da sua arte, apaixonada e afogada num romance amoroso com o escultor Rodin, odiada pela mãe e abandonada a morrer num Hospício de doentes mentais, mesmo pelo irmão que lhe havia jurado apoio eterno. Para isso, fui mesmo elaborando um guião dramatúrgico e coreográfico.

Porém, as normais dificuldades em conseguir apoios técnicos e logísticos para concretizar projectos de teatro em Portugal, nomeadamente em conseguir espaços de representação grandes e bem equipados, foram adiando irremediavelmente essa ideia, que se viu remetida para uma gaveta durante 35 anos.

Neste momento e aproveitando o facto de perfazer, neste ano de 2009, os meus 45 anos de carreira (o meu primeiro trabalho profissional para teatro data de 25 de Outubro de 1964, tendo a carreira docente no ensino oficial começado também por essa altura), decidi retomar a ideia e tentar, de novo, conseguir alguns apoios para levar à cena esta velha ideia.

(por Ruben Marks)